Política ipuense: Pica-pau X Cururú

 

Charge do Arcanjo

A campanha eleitoral de 2004 foi uma das mais disputadas na história política de Ipu. A charge acima demonstra bem o clima de “guerra” e acirramento entre os dois grupos políticos em “litígio”: Cururús versus Pica-paus. Embora três candidatos disputassem o pleito, apenas dois polarizaram a “briga”. A terceira opção, Francisco Robson Lima Miranda (PT), sem expressividade, foi figura apagada.

Portanto, tivemos, de um lado do ringue, a então prefeita, Antônia Bezerra Lima, esposa do empresário José Carlos Sobrinho, representando o grupo dos Cururús. Buscava a reeleição. De outro lado, segurando-se nas cordas, Maria do Socorro Pereira Torres, esposa do líder político e então prefeito de Pires Ferreira, Francisco das Chagas Torres Júnior (o Torrim), representando o grupo dos Pica-paus.



Para fazer frente ao poder do forte grupo do José Carlos Sobrinho (Zezé), aqueles que apoiaram a esposa do Torrim fundaram uma emissora de rádio, a FM cidade, hoje porta-voz da oposição (defensora da Praia contra o Bigode). 

Dois comunicadores da FM Cidade, com seus programas políticos, atacavam a gestação da Prefeita Toinha, com denúncias diárias de suposta corrupção. Apresentavam a administração do Torrim, em Pires Ferreira, como modelo de eficiência e gestão transparente. 

Por outro lado, a Rádio Regional, do grupo do Zezé Carlos, atacava a administração do Pica-pau como corrupta, perseguidora e implacável com seus adversários. Hélio Lopes e Tácito Forte, nos microfones daquela emissora, pitavam a figura de Torrim como a verdadeira face do mal, forasteiro querendo se apossar do "nosso" erário. Em contrapartida, apresentavam a figura da Toinha como a mãe da pobreza, face invertida do Pica-pau, defensora dos pobres e oprimidos (que bonitinho!).



Dizendo fazer uma nova política, mostrada, no discurso, como diferente do estilo do Grupo do Zezé, baseado no carisma, na visita às residências e na propaganda das últimas gestões de Pires Ferreira, apresentadas como eficientes, o grupo do Torrim foi o vencedor nas urnas, com o slogan “Ame o Ipu”, criado pelo Monsenhor Francisco Ferreira de Moraes, um dos que, em Ipu, apoiou a candidatura vencedora.

Maria do Socorro Pereira Torres obteve 11.810 votos, 53,73% dos votos válidos contra 9.672 votos de Antônia Bezerra Lima Carlos (44,82%). Francisco Robson Lima Miranda, em último, obteve apenas 96 votos (0,44%). Nas eleições houve 6.754 abstenções (22,85% dos eleitores aptos a votar – 29.563). Dos que compareceram as urnas, 259 votaram em branco e outros 972 tiveram seus votos anulados.

No entanto, as disputas e lances chocantes ocorridos durante a campanha e as acusações de ambos os lados deram o tom de confronto e guerra, levando boa parte da população a tomar partido, pegando em "armas", como sempre. Um verdadeiro horror! 

A Charge acima conta parte dessa história, pelo menos é assim que a interpreto.

A história vai se repetir no atual pleito? Os dois lados já estão “armados”. Não quero estar no “fogo cruzado”!

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