Histórias da Bodega de meu pai - Parte I

 Por Raimundo Alves de Araújo – Professor e Historiador

Bodega. Imagem ilustrativa

De antemão, depois de muitos e muitos anos, meu amigo Vitorino me convida para escrever textos para um site de temas diversos... gostaria de dizer que, para mim, isso é uma honra, e acima de tudo, uma necessidade. 

Desde a morte do jornal Ipu Grande, há mais de uma década e meia, perdi certa motivação para produzir algo substancial na cultura local. Além do mais, o Outra História entrou em certa letargia..., com os nomes da velha guarda ora abandonando o barco, ora postergando suas ações, para um futuro incerto e nebuloso.

Desde então o Ipu virou um deserto cultural, sem que uma nova geração de intelectuais locais viesse ao nosso socorro. Cada um teve que tocar o seu projeto de vida, fazer mestrado e doutorado, ser pai, marido, e trabalhar na esmagadora rotina das salas de aulas. Não deu outra! Tivemos que abrir mão de parte de nossos sonhos, ou postergá-los até um tempo indefinido.

Assim sendo, para somar força, e não deixar meu irmão de luta, Antonio Vitorino, lutar sozinho nesta empreitada inglória, resolvi somar-me a ele, em mais essa luta contra moinhos de vento! Lembrando sempre do velho ditado que diz que “É melhor acender uma vela do que amaldiçoar a escuridão!”.

No fundo..., no fundo..., trata-se de encontramos um novo sentido para a vida! Depois dos cinquenta anos, já sendo homens de meia idade, olhamos para trás... e para a frente...., e vemos que já percorremos mais da metade de nossa existência aqui na terra, e gostaríamos de deixar nossa marca no mundo!

O que fazer? Há homens – e Vitorino e eu somos assim – para quem a vida não vale a pena se for movida pela simples busca do lucro e da satisfação material. O que nos move? Ter um carro novo? Foda-se o carro! Isso nós já temos! Conquistar a estabilidade financeira? Dane-se a estabilidade! (E só quem pode dizer isso é quem está bem empregado!). 

Escrever um livro? Depende, pois isso faz tempo que já o fizemos! Acho que, no fundo, no fundo, trata-se de construirmos um projeto para nossas vidas! Fazer da escrita, da leitura e do conhecimento a nossa religião! Ao fim... buscamos compreender o mundo... preencher o vazio da existência... e descobrir o que é que há no “fundo da toca do coelho”!

Se alguém chegou até aqui... lendo esses rabiscos... gostaria de dizer que trago uma Boa Nova: a terra é redonda, posso dizer! E sim, Deus ou o Diabo existem, e moram incólume, disfarçados de gente, lá pelas bandas da Ingazeira, do Manuíno ou do Engenho dos Belém!

          Trago aos leitores algumas histórias.... São histórias reais? Isso é você, caro leitor destas páginas, que tem que decidir!

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