O
rendimento dos trabalhadores chegou ao recorde da série (R$ 3.378), assim como
o número de trabalhadores com carteira assinada (39,6 milhões)
A taxa de desemprego para o
trimestre móvel encerrado em fevereiro de 2025 subiu para 6,8%, com alta de 0,7
ponto percentual frente ao trimestre móvel anterior (encerrado em novembro de
2024), quando estava em 6,1%. Apesar da alta, o rendimento dos trabalhadores
chegou ao recorde da série (R$ 3.378), assim como o número de trabalhadores com
carteira assinada (39,6 milhões).
A taxa repetiu seu valor mais
baixo entre os trimestres encerrados em fevereiro (6,8%), que havia ocorrido em
2014. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua
(Pnad Contínua), divulgada hoje (28) pelo IBGE.
A taxa de desemprego ficou 1,0 ponto percentual
abaixo da observada no mesmo trimestre móvel do ano passado. A população
desocupada cresceu 10,4% frente ao trimestre anterior, chegando a 7,5 milhões
de pessoas. Esse contingente, no entanto, está 12,5% menor que o registrado no
mesmo trimestre de 2024. Para Adriana Beringuy, coordenadora de pesquisas
domiciliares do IBGE, “esta alta segue o padrão sazonal da PNAD contínua com a
tendencia de expansão da busca por trabalho nos meses do primeiro trimestre de
cada ano”.
A população ocupada do país
recuou 1,2% frente ao trimestre anterior e chegou a 102,7 milhões de
trabalhadores. Esse contingente ainda está 2,4% maior que o registrado no mesmo
período do ano passado.
Construção e Administração pública puxam desemprego no trimestre
Nenhum grupamento de atividade
cresceu, frente ao trimestre anterior, e três deles tiveram reduções no seu
número de ocupados: Construção (-4,0%, ou menos 310 mil pessoas), Administração
pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais
(-2,5%, ou menos 468 mil pessoas) e Serviços domésticos (-4,8%, ou menos 290
mil pessoas).
No entanto, na comparação com o
mesmo trimestre móvel do ano passado, quatro grupamentos tiveram aumento na
população ocupada: Indústria Geral (3,2%, ou mais 409 mil pessoas),
Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (3,6%, ou mais 690
mil pessoas), Informação, Comunicação e Atividades Financeiras, Imobiliárias,
Profissionais e Administrativas (3,5%, ou mais 447 mil pessoas) e Administração
pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais
(4,1%, ou mais 717 mil pessoas). Houve redução somente no grupamento de
Serviços domésticos (-3,6%, ou menos 216 mil pessoas).
Número de trabalhadores com
carteira assinada bate recorde
O número de empregados com
carteira de trabalho no setor privado chegou a 39,6 milhões, novo recorde da
série histórica iniciada em 2012. Houve alta nas duas comparações da pesquisa:
1,1% (ou mais 421 mil pessoas com carteira assinada) no trimestre e 4,1% (ou
mais 1,6 milhão de trabalhadores) no ano.
Para Adriana Beringuy, “a
expansão do emprego com carteira está relacionada com a manutenção das
contratações no comércio”.
Já o número de empregados sem
carteira no setor privado (13,5 milhões) caiu 6,0% no trimestre e manteve
estabilidade no ano. O número de empregados no setor público (12,4 milhões)
recuou 3,9% no trimestre e subiu 2,8% no ano. Enquanto isso, o
contingente de trabalhadores por conta própria (25,9 milhões) ficou estável no
trimestre e cresceu 1,7% no ano.
Como resultado desses movimentos,
a taxa de informalidade teve ligeira redução: 38,1% da população ocupada (ou
39,1 milhões de trabalhadores informais) contra 38,7% no trimestre encerrado em
novembro de 2024 e, igualmente, 38,7% no trimestre encerrado em fevereiro de
2024.
Rendimento médio real dos
trabalhadores chega ao recorde da série: R$ 3.378
O rendimento médio real habitual
dos trabalhadores chegou a R$ 3.378 no trimestre móvel encerrado em fevereiro
de 2024, com a alta de 1,3% no trimestre e de 3,6% no ano, já descontados os
efeitos da inflação nesses períodos. Esse valor foi o mais elevado da série da
PNAD Contínua, iniciada em 2012. O aumento na comparação trimestral foi puxado
pelas altas no rendimento nos grupamentos da Indústria (2,8%, ou mais R$ 89)
Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e
serviços sociais (3,1%, ou mais R$ 139) e Serviços domésticos (2,3%, ou mais R$
29).
Adriana Beringuy observa que “a
alta do rendimento no trimestre está relacionada à redução do contingente de
trabalhadores informais em certos seguimentos das atividades econômicas,
crescendo, portanto, a proporção de ocupações formais com maiores rendimentos”.
Na comparação anual, houve
aumento em duas categorias: Construção (5,4%, ou mais R$ 135) e Serviços
domésticos (3,1%, ou mais R$ 39). Os demais grupamentos não apresentaram
variação significativa.
Apesar da redução no número de
pessoas ocupadas do país, a massa de rendimento real habitual (R$ 342,0
bilhões) foi novo recorde da série histórica, mantendo estabilidade no
trimestre e crescendo 6,2% (mais R$ 20,0 bilhões) no ano.
Mais sobre a pesquisa
A PNAD Contínua é o principal
instrumento para monitoramento da força de trabalho no país. A amostra da
pesquisa por trimestre no Brasil corresponde a 211 mil domicílios pesquisados.
Cerca de dois mil entrevistadores trabalham na pesquisa, em 26 estados e
Distrito Federal, integrados à rede de coleta de mais de 500 agências do IBGE.
Em função da pandemia de
Covid-19, o IBGE implementou a coleta de informações da pesquisa por telefone a
partir de 17 de março de 2020. Em julho de 2021, houve a volta da coleta de
forma presencial. É possível confirmar a identidade do entrevistador no site
Respondendo ao IBGE ou via Central de atendimento (0800 721 8181), conferindo a
matrícula, RG ou CPF do entrevistador, dados que podem ser solicitados pelo
informante.
Consulte os dados da PNAD
no Sidra.
A próxima divulgação da PNAD Contínua Mensal, referente ao trimestre encerrado
em março, será no dia 30 de abril.
Com
informações da Agência de Notícias do IBGE
FONTE: ICL Notícias.
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