O deputado Coronel Chrisóstomo (PL-RO) • Bruno Spada/Câmara dos Deputados
Coronel Chrisóstomo pediu que Forças Armadas "estejam ao lado do povo"; decisão do STF impôs medidas cautelares a ex-presidente
O terceiro vice-líder da oposição na Câmara, Coronel
Chrisóstomo (PL-RO), pediu, nesta sexta-feira (18), o apoio das Forças Armadas,
ao comentar as medidas cautelares impostas ao ex-presidente Jair Bolsonaro
(PL).
Uma decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo
Tribunal Federal), impôs, entre outras restrições, o uso de tornozeleira
eletrônica ao ex-chefe do Executivo.
"Só quero fazer um último pedido às Forças Armadas. Eu
sou das Forças Armadas, me orgulhava das Forças Armadas, me orgulhei das Forças
Armadas em 64, embora fosse ainda menino, criança. Hoje eu quero dizer o
seguinte: Forças Armadas, estejam ao lado do povo brasileiro, estejam ao lado
da democracia", afirmou o parlamentar.
O deputado deu a declaração durante entrevista de
parlamentares da oposição a jornalistas. Em sua fala, Chrisóstomo fez
referência ao golpe militar de 1964 duas vezes e cobrou o apoio da imprensa.
"Na década de 60, em 64, a imprensa agiu em favor do povo. Está na hora da
imprensa brasileira agir em favor do povo brasileiro", disse.
Ele foi questionado sobre as declarações, mas o líder do PL
no Senado, Carlos Portinho (PL-RJ), interveio e Chrisóstomo não voltou a se
pronunciar durante a entrevista. "A posição do parlamentar é individual e
ele tem o direito de falar", disse Portinho.
O senador foi questionado se as lideranças da oposição e
minoria defendem uma possível "interferência" das Forças Armadas no
julgamento no STF (Supremo Tribunal Federal). "O que a gente quer é
democracia. O que a gente não tem no país hoje é uma democracia real",
disse o senador.
Antes, no início da entrevista, Portinho também mencionou
existir no país uma "capitulação das Forças Armadas com perseguição a
oficiais de alta patente e cortes sucessivos ao seu orçamento".
O Partido Liberal teve uma reunião de emergência virtual
nesta manhã. A bancada vai voltar a se reunir na próxima segunda-feira (21). A
intenção é debater a reação da sigla sobre as decisões recentes envolvendo
Bolsonaro.
As medidas cautelares definidas nesta sexta-feira contra o
ex-presidente foram determinadas no âmbito do inquérito que investiga a atuação
do deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos Estados Unidos.
De acordo com investigações da Polícia Federal, Bolsonaro e
o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) teriam atuado, ao longo
dos últimos meses, junto a autoridades governamentais norte-americanas, com o
intuito de obter a imposição de sanções contra agentes públicos do Estado
brasileiro.
Decisão de Moraes
A decisão de Moraes também estabeleceu o recolhimento
domiciliar no período noturno e finais de semana. O ex-chefe do Executivo
também não poderá usar redes sociais, manter contato com outros investigados e
se aproximar de embaixadas ou diplomatas estrangeiros.
Bolsonaro foi alvo nesta sexta de uma operação da PF
(Polícia Federal), autorizada pelo STF, com busca e apreensão em sua residência
e na sede do Partido Liberal, do qual Bolsonaro é presidente de honra.
A ação da PF faz parte da investigação sobre possíveis
crimes de coação no curso do processo, obstrução à Justiça e ataque à soberania
nacional.
O ministro submeteu a sua decisão ao plenário virtual da
Primeira Turma. O plenário foi convocado de modo extraordinário. O julgamento
virtual começou às 12h e segue até a próxima segunda-feira (21).
A Primeira Turma é formada por Cristiano Zanin (presidente),
Cármen Lúcia, Luiz Fux, Alexandre de Moraes (relator) e Flávio Dino. Já há maioria formada para manter a decisão.
O que diz Bolsonaro
Em sua primeira fala pública após a decisão de Moraes,
Bolsonaro negou ter planos de deixar o Brasil. “Nunca pensei em sair do Brasil.
Nunca pensei em ir para embaixada”, disse. Também afirmou se sentir
“humilhado”.
A defesa do ex-presidente afirmou, em nota, que recebeu com
“surpresa e indignação” a imposição das medidas cautelares ao ex-presidente.
“A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro recebeu com
surpresa e indignação a imposição de medidas cautelares severas contra ele, que
até o presente momento sempre cumpriu com todas as determinações do Poder
Judiciário”, afirmaram os advogados de Bolsonaro.
FONTE: CNN Brasil
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