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Créditos: Instagram/Reprodução |
Em entrevista a uma rádio de João Pessoa, presidente da Câmara reconheceu a gravidade da depredação das sedes dos Três Poderes. Mas, segundo ele, não houve uma coordenação política por trás.
Por Kevin
Lima, Marcela Cunha, g1 —
Brasília
Hugo Motta diz em entrevista que 8/1 foi uma agressão às instituições,
mas não tentativa de golpe
O presidente da
Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou nesta sexta-feira
(7) que os atos de vandalismo contra as sedes dos Três Poderes, em 8 de janeiro
de 2023, não configuraram uma tentativa de golpe de Estado.
Em entrevista à rádio Arapuan,
de João Pessoa (PB), ele reconheceu a gravidade da depredação, mas
disse que os atos foram "uma agressão às instituições" promovida por
"vândalos e baderneiros", sem coordenação política suficiente para
caracterizar um golpe.
"O que aconteceu não pode ser admitido novamente, foi uma agressão às instituições. Agora, querer dizer que foi um golpe… Golpe tem que ter um líder, uma pessoa estimulando, tem que ter apoio de outras instituições interessadas, e não teve isso", declarou.
A declaração ocorre
em meio à pressão de parlamentares aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)
para que a Câmara avance na proposta de anistia aos condenados pelos atos de 8
de janeiro.
A medida perdoaria
todos os envolvidos em "manifestações" de caráter político e
eleitoral entre 8 de janeiro de 2023 e a entrada em vigor da eventual lei,
restringindo punições apenas a crimes de depredação de patrimônio público.
Motta não assumiu
compromisso em pautar o projeto de anistia e disse que a decisão será tomada em
conjunto com os líderes partidários da Casa.
"Não posso
chegar aqui e dizer que vou pautar a anistia semana que vem, ou não vamos
pautar. Será um tema que vamos analisando, digerindo", afirmou.
A anistia aos
condenados do 8 de janeiro foi uma das principais pautas debatidas nos
bastidores da eleição de Motta para a presidência da Câmara. O tema foi
discutido tanto com bancadas governistas quanto com a oposição.
'Discussão deve existir', diz Hugo Motta sobre proposta de parlamentarismo
no Brasil
Revisão da Lei da Ficha Limpa
Outro tema polêmico
com que Motta evitou se comprometer foi a revisão da Lei da Ficha Limpa. O
projeto em discussão na Câmara propõe reduzir de oito para dois anos o período
de inelegibilidade de políticos condenados por:
· Abuso de poder político;
· Abuso de poder econômico;
·
Uso indevido dos meios de comunicação.
A mudança poderia
beneficiar diretamente Bolsonaro, condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral
(TSE) em 2023 por abuso de poder político e uso indevido dos meios de
comunicação. Atualmente, o ex-presidente está inelegível até 2030.
Embora tenha
admitido que o tema está em evidência por causa das eleições de 2026, Motta
disse que não há compromisso de priorizar a discussão.
"Se esse
assunto [Lei da Ficha Limpa] for levado à Câmara, vamos tratar como qualquer
outro projeto que chega à Casa. Vamos discutir com responsabilidade, dividir a
decisão com o Colégio de Líderes, para ver se esse assunto deve ser priorizado
ou não", afirmou.
O presidente da
Câmara afirmou ainda que considera o atual prazo de inelegibilidade de oito
anos "extenso", mas reforçou que não tomará decisões unilaterais
sobre o tema.
"As pessoas
que vão defender essa mudança na Lei da Ficha Limpa é que têm que levar os
argumentos para o Colégio de Líderes e para a Casa. Tenho que tratar de forma
regimental as pautas que irão me chegar", disse.
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