Filme brasileiro conquista público chinês em estreia relâmpago e levanta debate sobre a diversidade cultural nos cinemas
por Luana Avelar em 29 de abril de 2025
O premiado filme brasileiro Ainda Estou Aqui, dirigido por Walter Salles e estrelado por Fernanda Torres, fez história no 15° Festival Internacional de Cinema de Pequim: os ingressos para sua estreia esgotaram em menos de duas horas. O fenômeno acontece num momento em que a China reduz, de forma moderada, a entrada de filmes norte-americanos em seu circuito comercial.
Assistir à produção foi mais do que entretenimento para o público chinês — foi uma experiência de redescoberta histórica. Jovens como Zhang Yuanying saíram impactados com o retrato íntimo da ditadura militar brasileira, elogiando a forma como o filme trouxe à tona dores e lutas pouco conhecidas no país asiático.
A atuação sensível de Fernanda Torres também arrancou aplausos. Para a historiadora Gu Yingchuan, que estuda língua portuguesa, a personagem simboliza a força feminina e a resistência frente às adversidades, refletindo um espírito universal que ressoou profundamente entre as mulheres presentes.
O sucesso do longa vem embalado por uma mudança de comportamento: o público chinês começa a clamar por mais diversidade nas telonas. As redes sociais explodiram com comentários apoiando a chegada de filmes latino-americanos e de outros países do chamado Terceiro Mundo, apontando a necessidade de se romper o monopólio cultural de Hollywood.
Enquanto Ainda Estou Aqui se prepara para entrar oficialmente em cartaz na China em 16 de maio, o debate sobre a democratização cultural no cinema ganha força. Para muitos espectadores, essa é a chance de enxergar o mundo através de novas lentes — e o Brasil, com sua história crua e comovente, está no centro dessa transformação.
Fonte: O Hoje
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