![]() |
Foto de 1926 - Domínio Público |
Histórico
A Estação Ferroviária de Ipu fazia parte do conjunto arquitetônico da Estrada de Ferro de Sobral (EFS). Construída pelo Governo Imperial, essa ferrovia e todos os seus equipamentos, deveriam minorar, segundo os discursos da época, os efeitos nocivos da seca de 1877-1879 que assolou o Estado do Ceará.
A sua construção deveria proporcionar trabalho a milhares de flagelados e facilitar a distribuição de alimentos para a população necessitada.
A Estação Ferroviária de Ipu foi inaugurada em 10 de outubro de 1894, quando a ferrovia passou a circular por estas paragens.
Já nas primeiras décadas do século XX, em relativo pouco espaço de tempo, o trem provocou algumas mudanças econômicas significativas para a localidade: incrementou a produção agrícola, engendrou as famosas feiras e dinamizou o comércio local.
A cidade ficou ligada ao comércio regional, local e internacional a partir do porto de Camocim. Era por meio deste porto que mercadorias, capitais, livros e, principalmente, ideias circulavam.
Importância da Ferrovia
O trem contribuiu para a transformação do espaço urbano local, incrementou a população (de cerca de 11 mil hab. em 1890 primeiro censo republicano - 20 mil hab. em 1915 números de Eusébio de Sousa). Fez surgir novos bairros como Corte, Pereiros e Pedrinhas. (Este último só passou a ter esse nome após 1932).
A ferrovia não apenas fez surgir novos núcleos de povoamento, fez surgir também novas ruas e traçados. Deslocou o eixo central do “velho povoamento”, onde teria surgido a cidade (Quadro da Igrejinha) para o novo eixo em torno da Estação Ferroviária.
Logo em volta do imponente prédio da Estação surgiram várias vendas e pensões. A cidade passou a ter um novo polo de desenvolvimento com base na ferrovia. Passou a crescer em torno da Estação Ferroviária, não só em espaço físico, mas também, fundamentalmente, em desenvolvimento econômico e social, como mostramos.
A Estação passou a ser o nervo e vida da cidade. Todos os dias inúmeras pessoas, nos horários de trens, transitavam em torno dela. Muitos transeuntes para ali iam apenas para observar o “enxame” de pessoas que embarcavam e desembarcavam diariamente.
Antes dos embarques e desembarques muitos vendedores ambulantes acorriam para a Estação a fim de venderem suas mercadorias.
Continua...
Referências bibliográficas
1. FARIAS FILHO, Antonio
Vitorino. O trem e a cidade.
Sobral-Ce: Edições UVA e Sertãocult, 2016.
Postar um comentário
Olá! Muito obrigado pelo seu comentário.