CIA pode estar por trás de ações bolsonaristas e dos EUA contra o Brasil, suspeita Abin

Donald Trump.Créditos: Alex Wroblewski / AFP

Agência pode estar alimentando atores políticos no Brasil para justificar interesses estratégicos dos Estados Unidos

Por Julinho Bittencourt

Agentes do serviço de inteligência do Brasil estão cada vez mais convencidos de que a atuação de grupos bolsonaristas não é resultado apenas de movimentos orgânicos dentro do país, mas de um plano meticulosamente coordenado com a participação da Casa Branca e da CIA. Nos últimos dias, a postura radicalizada de Eduardo Bolsonaro, que tem intensificado suas críticas à Polícia Federal, ministros do STF e até mesmo desafiado as normas de seu próprio mandato, gerou alarmes dentro das autoridades brasileiras.

As informações são do colunista Jamil Chade no portal Vero Notícias.

Uma das principais suspeitas é de que Eduardo Bolsonaro se sinta livre para desinformar e desafiar a Justiça sem qualquer receio de represálias. Além disso, a agressividade das ações do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, que impôs tarifas elevadas ao Brasil e adotou uma postura dura, levantou ainda mais os questionamentos sobre o envolvimento da Casa Branca na política interna brasileira.

De acordo com um agente da Abin no exterior, esse comportamento é característico de uma estratégia elaborada pela CIA, alimentando atores políticos no Brasil para justificar interesses estratégicos dos Estados Unidos. O cenário lembra o momento de 2022, quando o então chefe da CIA, sob a administração de Joe Biden, enviou um recado claro aos militares brasileiros: qualquer tentativa de golpe contra a democracia brasileira não teria apoio dos EUA.

Cenário mudou com Trump

Contudo, o cenário parece ter mudado com o retorno do governo Trump. A atual administração americana tem se posicionado de forma a justificar suas ações como uma defesa da “liberdade no Brasil”, mesmo que, na prática, esses atos atendam a interesses estratégicos americanos. Segundo fontes, a retórica construída gira em torno de um suposto regime autoritário liderado por Lula e Alexandre de Moraes, e um ex-presidente “injustiçado” que ainda conta com o apoio popular — Jair Bolsonaro. Além disso, nomes como Eduardo Bolsonaro, Allan dos Santos e Paulo Figueiredo estariam sendo alimentados como “exilados” para fortalecer essa narrativa.

Especialistas em inteligência indicam que o principal objetivo dessa estratégia externa seria a desestabilização do governo brasileiro, preparando o terreno para que, em 2026, os Estados Unidos possam contar com um aliado significativo no cenário político global. Alertas sobre o risco de instabilidade política já vinham sendo feitos desde 2024, quando o Itamaraty enviou uma delegação para mapear os influentes no futuro governo Trump e sugerir canais de diálogo para evitar uma crise.

Dentro do governo, há uma crescente preocupação de que os recentes ataques e medidas adotadas sejam apenas o começo de um período prolongado de instabilidade política, com a possibilidade de a desinformação e a manipulação das redes sociais criarem um cenário onde um governo democraticamente eleito seja questionado por sua legitimidade. Em uma comparação preocupante, um diplomata destacou que, com a criação de um “Juan Guaidó brasileiro”, um golpe poderia se consolidar com o apoio externo.

Com a crise se desenrolando, os próximos passos de Washington em relação ao Brasil continuam a ser aguardados com apreensão.

FONTE: Fórum


POSTAR UM COMENTÁRIO

Olá! Muito obrigado pelo seu comentário.

Postagem Anterior Próxima Postagem
header ads