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Senador Marcos do Val (Podemos-ES) |
Marcos do Val afirmou ao Metrópoles ter um documento “categoria S”, reservado pelos Estados Unidos para colaboradores estrangeiros
Augusto Tenório
Antes de ir para os Estados Unidos, contrariando determinações do Supremo Tribunal Federal (STF), o senador Marcos do Val (Podemos-ES) se gabou ao Metrópoles ter um visto “categoria S” para o país norte-americano. Esse tipo de documento é utilizado pela Casa Branca para permitir a entrada de estrangeiros que fornecem informações consideradas valiosas para os interesses da Casa Branca.
Em março deste ano, ao responder uma reportagem do portal sobre o uso do ChatGPT para desenvolver um aplicativo de inteligência, o senador disse ter ligação com os EUA. “Minha filha é cidadã americana, nascida nos Estados Unidos. Além disso, possuo quatro cidadanias e um visto americano de categoria S. Recomendo que pesquisem essa categoria antes de fazer insinuações equivocadas”, disse.
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Em Orlando, Marcos do Val grava vídeo dizendo que não fugiu do país |
Os Estados Unidos possuem um programa para os vistos categoria S. De acordo com o Departamento de Justiça, ele é aplicável a estrangeiros “que providenciem informações críticas e precisas necessárias para o sucesso de uma investigação ou processo contra uma organização criminosa” ou uma “organização terrorista”.
Há um limite de concessão de 200 vistos categorias S por ano fiscal para quem colabora com inteligência de organizações criminosas, e 50 para quem dá informações sobre organizações terroristas ou se classifica, de alguma maneira, no programa de recompensas do Departamento de Estado. Ainda de acordo com o Departamento de Justiça, parentes do informante também podem se eleger para a iniciativa.
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A situação de Marcos do Val, ponto-a-ponto:
• O senador é investigado no STF por tentar anular a eleição presidencial de 2022;
• Em fevereiro, ele denunciou ter tido uma reunião com ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-deputado federal Daniel Silveira, e alegou ter recebido proposta de gravar conversa com o ministro do STF Alexandre de Moraes;
• A missão do senador seria induzir o magistrado a falar algo que lhe colocasse sob suspeita sobre as eleições presidenciais. Moraes presidiu o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2022, e Bolsonaro reclamava, sem provas, de fraude nas urnas;
• Posteriormente, ele mudou a versão para livrar o ex-presidente;
• Em julho, foi alvo da Polícia Federal (PF) por suposto vazamento de documentos sigilosos sobre investigações sobre os atos golpistas;
• Em 2024, Moraes abriu um inquérito contra Do Val após ele compartilhar notícias fraudulentas e expor agentes da PF que atuavam em investigações no STF;
• Moraes determinou o bloqueio das redes sociais de Do Val, bloqueio de R$ 50 milhões e apreensão dos passaportes, inclusive o diplomático;
• Nesta semana, ele foi para os Estados Unidos, deixando o Brasil por Manaus. No início do mês, Moraes negou um pedido para ele viajar para o país norte-americano com a família, de férias;
“O programa é particularmente útil para testemunhas ou informantes que poderiam estar em perigo nos seus países. É também de benefício substancial para várias testemunhas e informantes que poderiam não estar legalmente habilitados para entrar ou permanecer nos Estados Unidos”, descreve o manual norte-americano para aplicação do visto.
A reportagem pediu posicionamento da Polícia Federal, que alertou não tratar sobre vistos. Procurados, o Ministério de Relações Exteriores e a Embaixada dos Estados Unidos no Brasil não responderam. O espaço segue aberto.
FONTE: Metrópoles
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