Delator afirma que Ultrafarma sonegava 60% das vendas em esquema bilionário

 

Ex-dono da Farma Conde detalha fraude no ICMS; Ultrafarma admite irregularidades e diz colaborar com a Justiça

 18/08/2025 

O antigo dono da rede de farmácias Farma Conde afirmou, em delação ao Ministério Público de São Paulo, que a concorrente Ultrafarma sonegava até 60% das suas vendas. As informações são do  Fantástico, da TV Globo.“

“Até o ano passado, ela [a Ultrafarma] vendia o produto num preço que é inexplicável. E é inexplicável o Fisco não ir lá fechá-la também. Porque nós, mesmo sonegando, e eu sonegava 10% do que vendia. Eles sonegavam 60% do que vendia e tava na cara que a sonegação lá era e é até hoje muito grande.”, disse Conde.

As investigações do MP-SP apontam Artur Gomes da Silva Neto, auditor da Secretaria da Fazenda, como chefe do esquema. Ele orientava empresas sobre como pedir restituição de créditos de ICMS, acelerava processos e até aprovava solicitações que ele próprio ajudava a montar. Em troca, cobrava até 40% de comissão e prometia “risco zero de fiscalização”. Apesar de receber salário de R$ 33 mil como servidor, atuava como consultor tributário.

Um dos principais clientes era a Ultrafarma, do empresário Sidney Oliveira. Segundo os promotores, Artur chegou a usar o certificado digital da empresa para efetuar pedidos de restituição. Em junho, Sidney confessou a fraude fiscal e aceitou pagar R$ 32 milhões em acordo de não persecução penal. A Ultrafarma afirmou colaborar com as investigações e declarou que vai provar sua inocência.

Mensagens revelam a proximidade entre os envolvidos. Em uma delas, um funcionário da Ultrafarma confirma ter enviado documentos “conforme solicitação do fiscal”, ao que Sidney responde: “Ótimo”. O auditor também mantinha relação com o ex-promotor Fernando Capez, contratado para defender a Ultrafarma. Os honorários foram pagos pela empresa Smart Tax, ligada a Artur: três parcelas de R$ 1,2 milhão. Capez nega envolvimento no esquema. 

Manoel Conde Neto, ex-dono da rede de farmácias Farma Conde, afirma que a concorrente Ultrafarma sonegava até 60% das vendas (Foto: Reprodução)

Ultrafarma e Fast Shop investigadas

A delação de Conde ainda relembra um caso de 2017, quando a própria Farma Conde foi obrigada a devolver mais de R$ 300 milhões aos cofres públicos por fraude fiscal. O ex-dono recebeu perdão judicial e agora colabora como delator.

Além da Ultrafarma, a varejista Fast Shop também é investigada. O diretor da empresa, Mário Otávio Gomes, foi preso. Segundo o Ministério Público, mais de R$ 1 bilhão foi movimentado pelo auditor. A Secretaria da Fazenda instaurou procedimento disciplinar e disse estar à disposição da Justiça.

FONTE: ICL

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