Pesquisa divulgada nesta sexta-feira (10) avalia a situação dos domicílios particulares brasileiros e dos seus moradores quanto ao nível de segurança alimentar.
Gabriela Custódio
Em 2024, quase 150 mil pessoas deixaram de passar fome no Ceará. Um ano antes, em 2023, a insegurança alimentar grave (fome) atingia 540 mil cearenses, e esse número teve uma redução de aproximadamente 28% no ano passado, chegando a 391 mil. Com isso, o Estado foi o 5º do Nordeste e o 12º do País em relação à quantidade de habitantes que deixaram de viver essa situação.
As informações são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua): Segurança Alimentar 2024, divulgada nesta sexta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A pesquisa foi realizada por meio de convênio entre o IBGE e o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome no quarto trimestre de 2024.
Apesar da melhora no cenário da face mais extrema do problema, o Estado ainda tem mais de 3 milhões de pessoas convivendo com algum dos três níveis de insegurança alimentar. Essa situação é caracterizada pela existência de alguma preocupação quanto ao acesso a alimentos no futuro ou por mudanças nos padrões de alimentação pela falta de comida.
Por outro lado, mais de 6,2 milhões de cidadãos vivem com segurança alimentar, quando há acesso regular e permanente a alimentos de qualidade e em quantidade suficiente para os moradores — sem que isso prejudique o atendimento de outras necessidades básicas. Essa quantidade aumentou 7,5% em 2024, em relação a 2023, quando era de quase 5,8 milhões.
O grau de segurança ou insegurança alimentar coletados pela PNAD Contínua diz respeito aos eventos ocorridos nos domicílios nos três meses anteriores à coleta. Para avaliar essa condição, foram seguidos os critérios da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA), que classifica cada um desses estados da seguinte maneira:
• Segurança Alimentar: A família/domicílio tem acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais.
• Insegurança Alimentar Leve: Há preocupação ou incerteza quanto ao acesso aos alimentos no futuro; qualidade inadequada dos alimentos resultante de estratégias que visam não comprometer a quantidade de alimentos.
• Insegurança Alimentar Moderada: Já ocorre redução quantitativa de alimentos entre os adultos e/ou ruptura nos padrões de alimentação resultante da falta de alimentos entre os adultos.
• Insegurança Alimentar Grave: Quando a família reduz a quantidade de alimentos também entre as crianças. Há uma ruptura nos padrões de alimentação resultante da falta de alimentos entre todos os moradores, incluindo as crianças. Nessa situação, a fome passa a ser uma experiência vivida no domicílio.
MELHORIA NOS INDICADORES EM DOMICÍLIOS
No Ceará, 30% dos mais de 3,3 milhões de domicílios particulares estavam com algum grau de insegurança alimentar em 2024. Destes, a maioria (65%) se enquadra na leve; enquanto 21% estão no grau moderado e 15%, no grave.
Esse cenário evidencia uma melhora em relação ao ano anterior, uma vez que, em 2023, a insegurança alimentar estava presente em 35% de 2,09 milhões de domicílios particulares no Estado.
Houve avanço em todos os graus de insegurança alimentar, mas com mais intensidade em relação à quantidade de domicílios com insegurança alimentar grave. De 203 mil em 2023, o Ceará passou para 149 mil em 2024, uma redução de 26,6%.
Na categoria moderada, a redução foi de 242 mil domicílios em 2023 para 209 mil no ano seguinte, 13,6% a menos. No grau mais leve, por sua vez, a queda foi de 692 mil para 662 mil entre 2023 e 2024, uma quantia 4,3% menor.
FONTE: Diário do Nordeste
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