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Marcelo Camargo/Agência Brasil |
O valor final do salário mínimo depende de uma série de variáveis para ser definido, como a inflação
O governo do presidente Lula (PT)
apresenta, nesta terça-feira (15), o projeto do Orçamento de 2026, com um salário mínimo de
R$ 1.627 a partir do próximo ano. Este ano, o piso foi definido em R$ 1.518.
O valor do novo mínimo previsto
não é definitivo, mas deve constar no projeto de LDO (Lei de Diretrizes
Orçamentárias) que será enviado ao Congresso Nacional a fim de que dê uma
previsibilidade de gastos do governo. O piso nacional é base de uma série de
pagamentos, como aposentadorias, pensões e benefícios sociais, como o BPC
(Benefício de Prestação Continuada).
O valor final do salário mínimo
depende de uma série de variáveis para ser definido, como a inflação.
Para fazer a conta, o governo
considera a inflação acumulada até novembro do ano anterior (ou seja, para
2026, considera-se uma previsão dos preços em 2025) mais o crescimento do PIB
(Produto Interno Bruto) de dois anos antes, neste ano, 2024.
O PIB de 2024 cresceu 3,4%, mas o
arcabouço fiscal (regra que limita o crescimento de gastos do governo) prevê
que o mínimo não pode subir mais de 2,5% acima da inflação. Dessa forma, o piso
nacional terá, no ano que vem, um ganho real de 2,5%.
Orçamento de 2026 também define meta de superávit primário em 0,25% do PIB
O projeto de LDO vai oficializar
também uma meta de superávit de 0,25% do PIB, podendo variar entre um resultado
neutro (equilíbrio entre receitas e despesas) ou um superávit de 0,5% do PIB.
Se tudo der certo, o governo Lula entregarpa um superávit no seu último
ano de governo.
Em 2024, o governo encerrou o ano
com déficit primário de R$ 43,004 bilhões
(0,36% do PIB). O valor representa queda real (descontada a inflação) de
81,7% em relação a 2023, quando o déficit primário tinha ficado em R$ 228,499
bilhões, puxado pelo pagamento de precatórios atrasados.
O resultado veio melhor que o
esperado pelas instituições financeiras. Segundo a pesquisa Prisma Fiscal,
divulgada todos os meses pelo Ministério da Fazenda, os analistas de mercado
esperavam resultado negativo de R$ 55,4 bilhões no ano passado.
O texto do Orçamento de 2026
também prevê que o pagamento de dívidas decorrentes de decisões judiciais
chegará a R$ 115,7 bilhões no ano que vem, segundo números colhidos pela equipe
econômica a partir de ordens do Judiciário.
Os chamados precatórios, uma
bomba deixada pela gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), têm pressionado
o Orçamento e deve gerar muitos problemas para o Executivo, especialmente a
partir de 2027.
De acordo
com dados do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), o
total de precatórios a ser pago pela União, estados e municípios pode alcançar
R$ 265,6 bilhões até 2029.
FONTE: ICL
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